De forma periódica aparecem uns alimentos considerados “milagrosos” que tudo curam. Atrasam o envelhecimento, melhoram a pele e o cabelo, tornam os dentes mais brancos, controlam a diabetes e o colesterol, fortalece o sistema imunológico, etc. etc. e ainda…emagrece! O óleo de coco é um deles.
Qual a realidade sobre o óleo de coco, mediante estudos científicos (embora escassos) realizados até este momento?
A Associação Americana de Cardiologia fez relatório recentemente sobre as gorduras dietéticas e o risco cardiovascular, onde refere o seguinte: o perfil lipídico do óleo de coco consiste em 82% de gorduras saturadas, metade das quais ácido láurico e o resto mirístico, palmítico, esteriático e ácidos gordos de cadeia curta. Contém mais gorduras saturadas que qualquer outro óleo não hidrogenado.
O ácido laúrico, de facto, aumenta o colesterol HDL, considerado o colesterol benéfico em termos cardiovasculares, no entanto neste momento apenas o colesterol LDL é tido em conta no risco cardiovascular. Por essa razão o aumento do HDL já não é importante na prevenção.
Devo substituir o azeite por este óleo?
Em todos os estudos, o óleo de coco aumentou mais o colesterol LDL em comparação com os outros óleos insaturados. Os autores também não encontraram diferenças quando compararam o óleo de coco, a manteiga, gordura animal ou óleo de palma em termos de aumento do colesterol LDL. Ficou demonstrado que o óleo de coco aumenta o colesterol LDL de forma significativa em comparação com o azeite.
Não se pode afirmar que é benéfico em termos cardiovasculares com base na evidência existente. Os autores não encontraram diferenças quando o compararam com a manteiga ou óleo de palma em termos de aumento do colesterol LDL.
Optar por óleo de coco emagrece?
Esta gordura tem sido ainda promovida como uma forma de perder peso. Conhece pessoas que colocam uma colher de óleo no café de manhã? Acredite que não emagrece, só torna um simples café de 2 kcal num café com cerca de 50 kcal.
Tem um efeito saciante, mas é reduzido. Seria necessário uma grande quantidade desta gordura saturada para fazer diferença na saciedade, o que tornaria já o seu consumo mais prejudicial que benéfico.
Ainda deverão ser feitos mais estudos sobre o óleo de coco, mas para já o seu consumo não é aconselhado e deverá preferir o azeite extra virgem.
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